A tensão e a incerteza aumentam a cada dia que passa, diante de tantas reportagens que a mídia especializada tem colocado a população informada e consciente sobre o tamanho da destruição ambiental causada pela tragédia do rompimento da barragem em Mariana, que inevitavelmente irá promover atualmente grandes perdas econômicas e ambientais e também para as futuras gerações das cidades atingidas, além do grave risco de rompimento de mais duas barragens da mesma empresa.
As notícias que nos deparamos nos meios de comunicação falam que toda essa lama deve ser despejada no mar, mas a Foz do Rio Doce está fechada, então, qual será o destino final de toda essa lama? Uma coisa é certa: o destino final é em Regência!!! De que forma será isso, é o que nos apreende. Diante disso perguntamos: E a Comunidade de Regência como vai ficar?Quem vai se responsabilizar pelos moradores de Regência? A tragédia ocorrida em Mariana já é mensurada por especialistas como o maior desastre ambiental na área da mineração no mundo.
As grandes empresas mineradoras, fazem parte da iniciativa privada. A mineração no Brasil, já existe há 70 anos, e coloca em terras brasileiras capital vindo de empresários e investidores nacionais e internacionais. Minas Gerais é o Estado da mineração, o que abre suas portas para o mundo e mesmo com o minério de ferro em queda, os Governos Federal e de Minas Gerais consideram que os dividendos vindos dessa exploração conseguem "carregar" a economia durante a crise, mesmo que para isso o Estado do Espírito Santo, com ou sem aprovação do seu Governo, disponibilize toda a sua "abençoada logística", para se tornar o esgoto do desenvolvimento. As negociações entre as mineradoras e seus executivos, empresários, investidores e partidos políticos, aparentemente "turbinam" a economia nacional, o que causa uma ilusão de ótica coletiva, fazendo com que as pessoas acreditem que estão vendo possibilidades de desenvolvimento e renda, diante da prática de uma exploração nociva e altamente destrutiva, que de forma negligente e omissa destruiu a vida de centenas de pessoas e matou a sobrevivência de cidades inteiras, demonstrando todo o poder de reduzir a lama, todo o desenvolvimento que trouxe para os Municípios Mineiros e para os Capixabas de quebra, fazendo que todos sejam obrigados a utilizar a renda para pagar os prejuízos gerados pela empresa.
Estejam cientes os donos da Empresa Samarco e de todas as mineradoras que estiverem envolvidas nessa tragédia, bem como os políticos e o Governo do Estado do Espírito Santo, que na Vila de Regência, o prejuízo que já doía no bolso dos pescadores, agora é de toda a comunidade, incluindo: todos os moradores que já estão pagando um preço alto pelo aumento no consumo de água mineral e os comerciantes que aguardavam pelos turistas nas festas que começariam no ano novo com a Fubica e só terminariam no carnaval, trabalhos que representam a sobrevivência de um ano inteiro, principalmente para quem passou o ano investindo alto e acreditava que teria retorno certo agora. Incluso nesse grupo temos também as crianças, os adolescentes e os jovens da comunidade de Regência, que moram em uma Vila sem nenhuma área de lazer, ou parquinho para as crianças, quando em suas férias sempre se dividiram entre as brincadeiras nas águas do Rio Doce e na praia na Boca do Rio, nas suas piscinas que se formam durante o verão inteiro.
Para relembrar, como está anunciando a mídia nacional, a lama não vai somente desaguar no Oceano Atlântico, porque antes disso, tem uma pequena Vila chamada Regência, que fica na Foz do Rio Doce que está fechada e não dá vazão para o mar, onde vivem cerca de 300 famílias, homens do mar (pescadores e surfistas), um local que oferece uma das melhores e mais perfeitas ondas do Brasil e o Projeto Tamar, um local onde desova a tartaruga de couro gigante. Aqui o prejuízo é no rio e no mar e principalmente na vida do ser humano, que vive de toda essa natureza.
Até o momento, em Regência nenhuma orientação emergencial e assistência por parte dos órgãos competentes e da empresa Samarco, não aconteceu de forma concreta. As reuniões que estão sendo realizadas na Comunidade não têm sido resolutivas e não colocam os moradores locais em uma posição segura a respeito do que vai acontecer com Regência. Todos sabem dos impactos ambientais, mas parecem não saber do impacto que já está sendo causado nos seres humanos e os que ainda virão. O clima de incertezas divide opiniões dentro de uma pequena Vila e cria oportunidades para que alguns grupos, que não representam os moradores de Regência, falem em nome de todos e tomem decisões que desrespeitam a vontade coletiva e desviam a atenção e os direitos que são de TODOS os moradores da Comunidade sem nenhum tipo de exclusão. |
