Previsão das ondas

04 de março de 2015.

Com todo o respeito FORA MANABI!!!

 

 

Como uma empresa  fala de respeito dividindo opiniões nas comunidades, com promessas  de emprego e crescimento, e justamente nesse divino momento, que a natureza calejada, nos mostra todo o seu sofrimento. Como podemos falar de qualquer tipo de desenvolvimento se não podemos utilizar água nem pra irrigar a lavoura que produz os alimentos que comemos, e vamos permitir que esse mineroduto projetado pela empresa Manabi, possa retirar a água de nosso rio  e depois poluir tudo retornando com água contaminada. Com o desequilíbrio climático que estamos vivendo, onde a seca e a falta de água são nossos principais desafios, qualquer agressão as nossas reservas hídricas seria completamente irracional por parte de nossos governantes, colocando em risco a nossa sobrevivência.
Como  que uma empresa com sede no Rio de Janeiro, quer  levantar capital para as suas obras, e tem como um dos seus principais investidores  uma empresa de fundo de investimento  canadense, com o Brasil atravessando uma de suas maiores crises econômicas dos últimos 25 anos... A empresa Manabi  demonstra que necessita muito, que seus investidores  e nossos governantes, acreditem que vale realmente a pena destruir e contaminar ainda mais o Rio Doce, e destruir a natureza única e preservada, com as ondas perfeitas que existem no litoral norte capixaba, em troca de uma mina de minério de ferro localizada em Morro do Pilar que tem uma vida produtiva de apenas 20 anos, isso não dá nem pra aposentar um trabalhador.
A geração de emprego e renda é incontestável;  em um primeiro momento, para a construção do minerodurto de 511km, e de um porto com 300 hectares de área em terra e 600 em mar com píer de 1,5km... serão gerados cerca de 5000 empregos provisórios, sem carteira  assinada, e com contrato com tempo determinado, depois que as obras estiverem prontas o porto deve empregar cerca de 500 trabalhadores para prestação de serviços em áreas especializadas. A maior parte de circulação de pessoas será de marinheiros e portuários, vindos  com a grande quantidade de navios que chegarão de todas as partes do Brasil e do mundo, trazendo, dinheiro, progresso, poluição, doenças, drogas e violência.
Será que esse projeto não poderia ser realizado em uma área que já foi destruída e já tem um porto para que não prejudiquem o pouco que ainda temos de natureza e água? Em Regência na Foz do Rio Doce, antes do carnaval o SAAE (Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto) cavou um poço de 220metros de profundidade pra captar água pra abastecer uma comunidade com 300 casas, pois antes disso nossa água estava salobra.


Agora vamos falar das ondas, surf acima de tudo! Afinal de contas somos um site de surf, e surf campeão mundial, e ouso dizer podemos ser bicampeões mundiais de surf em 2015, e aí o que vão nos dizer?  Vão destruir uma das melhores e mais perfeitas ondas do Brasil? E vão deixar o que pras futuras gerações, é assim que a Manabi vai escrever a história dos futuros campeões mundiais de surf, sendo conhecida como a empresa destruidora de ondas perfeitas; ou podemos dizer mais uma empresa destruidora sim, pois no Rio de Janeiro em Saquarema, nossos vizinhos também estão na luta contra a construção de um porto.
Só aqui no Espírito Santo estão previstos 32 portos, é só calcular... temos um litoral com 411km, isso dividido por 32, da mais ou menos 10,800km,  e aí? onde ficarão nossas praias? Alguém consegue imaginar isso? E as estradas do litoral capixaba? E os Hospitais, os bancos, as filas, as escolas, os supermercados, e os capixabas?

Por Aline Goulart

 
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